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/Museo Hist�rico Nacional Argentina

Guerras Napole�nicas foram um gatilho quase direto para a independ�ncia das col�nias na Am�rica

Enquanto o poderoso imperador franc�s Napole�o Bonaparte (1769-1821) passa suas tropascampe�o sportsbetrevista numa plan�cie no norte de It�lia, dois jovens crioulos � como eram chamados os filhos de fam�lias espanholas proeminentes nascidos nas col�nias americanas � aproximam-se dele o m�ximo que podem.

Ficam maravilhados com a grandeza do espet�culo, mas sobretudo com a simplicidade do homem que t�m a poucos metros de dist�ncia.

"Talvez Napole�o, que nos observa, suspeite que somos espi�es", comenta um deles.

Mas o outro est� est�tico, paralisado.

"Coloquei toda minha aten��ocampe�o sportsbetNapole�o, e s� vi elecampe�o sportsbetmeio a toda aquela multid�o de homens que estavam ali reunidos", relataria o libertador Sim�n Bol�var (1783-1830) anos depois ao soldado Luis Peru de Lacroix, que publicou os testemunhoscampe�o sportsbetseu livro Di�rio de Bucaramanga.

Fim do Mat�rias recomendadas

O jovem Sim�n Bol�var foi impactado pela presen�a de Napole�o

"A minha curiosidade n�o podia ser satisfeita, e garanto a voc�s que, naquela altura, estava muito longe de prever que um dia seria tamb�m objeto da aten��o, ou se quiserem, da curiosidade de quase todo um continente e, pode-se dizer, do mundo inteiro."

Apesar de n�o ter participado diretamente dos esfor�os de independ�ncia dos territ�rios que conhecemos como Am�rica Latina, Napole�o desempenhou papel fundamental no seu desenrolar, al�m de inspirar jovens her�is da independ�ncia como Bol�var.

Chegada de Napole�o a Madri provocou profundas mudan�as na sociedade espanhola

Podcast traz �udios com reportagens selecionadas.

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Fim do Podcast

Em 1807, Napole�o tinha controle quase completo sobre a Europa continental depois de derrotar as tropas do czar Alexandre 1� e de Francisco 1� da �ustria na Batalha de Austerlitz (2 de dezembro de 1805), e chegou a um acordo com a Espanha para invadir Portugal.

Portugal era o �nico pa�s da Europa que ainda mantinha rotas comerciais com o Reino Unido e, ao fech�-las, a Fran�a conseguiria deixar a Gr�-Bretanha cercada e isolada do continente.

Encorajado por consecutivas vit�rias militares, Napole�o decidiu que seria melhor para ele tomar a Espanha do que associar-se a ela, e assim consolidar o controle absoluto sobre a Pen�nsula Ib�rica.

Em maio, Napole�o convidou o rei Fernando 7� ecampe�o sportsbetfam�lia para a cidade francesa de Baiona: ele for�ou o rei a abdicar para instalar seu irm�o Jos� Bonaparte no lugar.

Estes acontecimentos desencadeariam a sangrenta Guerra de Independ�ncia Espanhola, na qual durante cinco anos as tropas espanholas, brit�nicas e portuguesas enfrentariam os invasores franceses.

Jos� Napole�o Bonaparte, irm�o mais velho do imperador, tornou-se rei da Espanha

"Isso � muito complicado para n�s entendermos, porque nunca vivemos sob um reinado, mas se voc� pensar como um espanhol da �poca, para quem os reis eram uma esp�cie de semideuses, a aus�ncia do rei gera muitas incertezas", diz Rub�n Torres, cientista pol�tico da Universidade Nacional Aut�noma do M�xico (Unam) e especialistacampe�o sportsbethist�ria latino-americana.

Essas incertezas levaram a um processo de grandes transforma��es internas na Espanha que, porcampe�o sportsbetvez, teria impacto direto nas col�nias americanas.

"E � esta crise pol�tica vivida entre 1808 e 1814 que levar� � independ�ncia de muitas na��es, quase a maioria das na��es latino-americanas."

Cr�dito, Biblioteca Nacional da Espanha

Juntas surgiramcampe�o sportsbetoposi��o a controle que Fran�a tentava exercer a partir de Madri

Os ideais da Revolu��o Francesa e da Revolu��o Americana do final do s�culo 18 poderiam ter sido os precursores do sentimento de independ�ncia latino-americano, mas sem o v�cuo de poder que ocorreucampe�o sportsbetEspanha com a invas�o francesa, os acontecimentos poderiam ter sido muito diferentes.

O historiador Jean Meyer afirma que Napole�o foi uma esp�cie de "acidente hist�rico" que acabou por precipitar independ�ncias "prematuras".

"[Napole�o] � um terremoto. Ele n�o apenas sequestra a fam�lia real [espanhola], criando um v�cuo pol�tico e deixando a Am�rica �rf�, mas tamb�m conquista a Espanha."

Sob a ocupa��o francesa, o poder na Espanha foi divididocampe�o sportsbet"juntas", �rg�os locais que exerciam o poder legislativo e executivo nos seus territ�rioscampe�o sportsbetoposi��o ao regime imposto pela Fran�a. Essas juntas n�o reconheciam a autoridade do rei Jos� Bonaparte.

Em setembro de 1808, foi formado um Conselho Supremo Central e Governamental do Reino, como reposit�rio do leg�timo poder espanhol.

Entre 1808 e 1810, na maioria das col�nias da Am�rica Latina, os crioulos tamb�m promoveram o estabelecimento de conselhos de governo locais fi�is � pessoa de Fernando 7�.

Depois da guerra, e apesar do regresso ao trono de Fernando 7�, o triunfo dentro desses conselhos das ideias liberais e republicanas levou � ado��o de reformas pol�ticas, econ�micas e administrativas que levariam � independ�ncia das na��es latino-americanas.

Em 1807, com o pa�s invadido pelas tropas francesas, a fam�lia real de Portugal � os Bragan�a � tomou uma decis�o in�dita: protegida por navios brit�nicos, mudou-se paracampe�o sportsbetcol�nia no novo mundo e transformou o Rio de Janeiro no centro do governo.

Isso abriria uma porta inestim�vel para o Reino Unido negociar com o Brasil, escapando ao bloqueio que Napole�o imp�s � Europa.

Ao mesmo tempo, Londres pressionou as autoridades espanholas durante a guerra para permitir �s col�nias americanas o livre com�rcio com fornecedores brit�nicos.

Isso deu � Am�rica Latina um novo aliado com quem negociar sem ter de depender da Espanha, deixando enormes lucros tanto para os brit�nicos como para as col�nias, que aproveitariam a nova riqueza para promover os esfor�os de independ�ncia.

No ano da morte de Napole�o,campe�o sportsbet1821, o apoio ingl�s � independ�ncia latino-americana era tal que o chanceler brit�nico da �poca, George Canning, assegurou: "A Am�rica espanhola � livre e, se n�o estivermos redondamente enganados nos nossos assuntos, � inglesa."

Torres v� diferen�as marcantes entre Sim�n Bol�var e Napole�o

Apesar do imenso impacto que ver Napole�o pessoalmente teve no jovem Sim�n Bol�var, o professor Torres garante que houve uma grande diferen�a entre os dois.

"Ambos devem ter sido personagens extremamente carism�ticos, extremamente inteligentes (...) mas o que vai caracteriz�-lo � que ele [Bol�var] � um libertador com ideias: isso fica muito evidente nos seus textos, na carta da Jamaica, no discurso de Angostura, no manifesto do Carupano, ou seja, ele � um cara que tem uma vis�o."

Torres explica que as ideias e preocupa��es de Bol�var o fizeram ir "mais longe" do que o restante dos libertadores que tentavam construir na��es "na hora, sem ter clareza sobre para onde estavam indo".

"[Bol�var] tentou ir al�m do resto dos libertadores na constru��o das na��es modernas, do que chamar�amos de Estados-na��o modernos. Bol�var considerou a gera��o das institui��es pol�ticas, ou seja, Parlamentos, Assembleias, Congressos. Ele tamb�m tinha preocupa��es como sa�de e educa��o. Ele foi um l�der a frente de seu tempo,campe�o sportsbetmuitos aspectos."

Apesar de ter expressadocampe�o sportsbetadmira��o por Napole�o, seria o pr�prio Bol�var quem contaria o que sentiu quanto o franc�s se auto-coroou imperador, segundo a bi�grafa Marie Aranacampe�o sportsbetseu livro Bol�var: Libertador da Am�rica.

"Considerei a coroa que Napole�o colocou emcampe�o sportsbetpr�pria cabe�a uma rel�quia lament�vel e obsoleta. Para mim,campe�o sportsbetgrandeza estava nacampe�o sportsbetaclama��o universal, no interesse quecampe�o sportsbetpessoa podia inspirar."

"Confesso que tudo isso s� serviu para me lembrar da escravid�o do meu pr�prio pa�s, da gl�ria que pertenceria a quem o libertasse. Mas estava longe de imaginar que eu seria esse homem."

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